Tal como foi dito na publicação anterior (
Introdução à arte Egípcia), toda a arte desta civilização
manteve-se inalterada durante milénios. A pintura nessa época constituía apenas um registo escrito ao serviço dos reis e sacerdotes, tratando-se apenas de
materializador das crenças religiosas. As figuras representavam uma
visão conceptual e não objectiva do que, pois visavam apenas
transmitir apenas o que simbolizava e não o que realmente poderia significar.
Todo o estilo egípcio era constituído por
cânones e regras estritas que deveriam ser obrigatoriamente respeitadas - sendo estas imposições, pela primeira vez na história, a definição de um estilo.
Estas convenções eram principalmente:
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Representação bidimensional e das figuras em séries lineares (sem sobreposição). |
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Frontalidade das figuras representadas - rosto de perfil, tronco a 3/4 e pernas e pés de perfil |
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Hierarquização formal das figuras (figuras mais importantes, como o faraó, representadas em maior escala) |
Apesar destas regras prevalecerem na maior parte da arte egípcia, o faraó da XVIII Dinastia, Akhenaton,
quebrou todas as tradições artísticas e religiosas (sendo por isso considerado um herege). A nível religioso introduziu o
monoteísmo (crença em apenas um único deus - Amon-Rá) e a nível artístico
baniu qualquer idealização das figuras, ou seja, apoiou o realismo do mundo, a expressão de sentimentos, anatomia realista, abandonando a forma rígida anterior e defendendo a fidelidade à realidade -
o naturalismo.
Apesar do esforço deste faraó, as
normas tradicionais voltariam a ser repostas por Tutankhamon, o seu sucessor,
prevalecendo assim até ao fim desta civilização.
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